Qual impacto que a má alimentação quando jovem nos trará na velhice?


Qual impacto que a má alimentação quando jovem nos trará na velhice?

Muitas vezes nos esquecemos que um dia estaremos na terceira idade. Em especial jovens têm a sensação de que nunca vão envelhecer e acham que tudo está muito distante de se tornar realidade. Como consequência, negligenciamos certos cuidados com a saúde e a alimentação durante a vida, e quando somos mais velhos, o corpo começa a cobrar a conta dos exageros e abusos da juventude.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, no Estado de São Paulo, em outubro de 2018, com os jovens acompanhados pela atenção básica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), seis a cada 10 jovens se alimentam mal. Uma média de 60% dos adolescentes consomem industrializados regularmente, como macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoito salgado, 46% consomem hambúrguer e/ou embutidos e 43% comem biscoitos recheados, doces ou guloseimas. Isto pode trazer consequências anos depois, até mesmo antes de atingir a velhice, ocasionando em hipertensão, diabetes, alterações articulares e comportamentais.

Felizmente, hoje a expectativa média de vida é maior no Brasil. As novas gerações estão se beneficiando da ciência e de condições de vida melhores, com mais acesso a saneamento básico, condições de trabalho mais dignas e disponibilidade de alimentos mais abundante. No entanto, alguns outros supostos benefícios dos tempos atuais podem levar a sérios problemas na velhice. O sedentarismo e o abuso no consumo de alimentos ultraprocessados e fast foods são apontados como as principais causas hoje de doenças como a diabetes e certos tipos de câncer, por exemplo.

A expectativa de vida segue aumentando no Brasil, chegando a 72 anos e 5 meses para os homens e 79 anos e 4 meses para as mulheres. A média é de 75,5 anos no geral. Em 1960, era de 52 anos apenas. Isto mostra que se tornam fundamentais ações de saúde que possam contribuir com a melhoria da qualidade de vida dos idosos brasileiros e a alimentação é parte importante disto.

Alimentação para aumentar a longevidade.

As principais medidas para uma melhor saúde geral e maior qualidade de vida estão em uma alimentação saudável e na prática regular de exercícios físicos. Não há segredo. Melhorando a alimentação podemos prevenir diversas doenças como a osteoporose e até mesmo a depressão.

Temos que ter a consciência de que com a idade o corpo sofre mudanças e com isso precisamos estar atentos ao contexto que estas mudanças promovem na vida de um idoso ou na nossa rotina quando lá chegamos.

Os alimentos passam a ser aproveitados de forma diferente pelo organismo na terceira idade, devido a essas mudanças que naturalmente estão relacionadas a alterações na função hormonal e no metabolismo. Com isso, o corpo tem maior necessidade de nutrientes e sofre perda de massa muscular (sarcopenia) e força. Isto atinge a 40% da população acima de 65 anos e 60% dos indivíduos com mais de 80 anos.

Consequências de uma má alimentação.

Um estudo publicado em 2019 na revista científica The Lancet mostrou que um em cada cinco mortes no mundo foram provocadas pela má alimentação em 2017. Os excessos cometidos e as escolhas inadequadas no que tange a esse assunto, como optar por alimentos ricos em gorduras e açúcares adicionados, causam inúmeros desdobramentos que levam a óbito, já que está relacionada ao desenvolvimento de obesidade e sobrepeso, doenças cardiovasculares, câncer e diabetes tipo 2.

Apesar da tecnologia e dos meios disponíveis para o aumento da longevidade, produtos altamente processados, carregados de sal, corantes e açúcar adicionado são hoje um grande problema para a saúde. Há tempos atrás a disponibilidade de alimentos era muito menor e algumas pessoas tinham problemas nutricionais por este motivo. Hoje, a disponibilidade de alimentos é imensa, maior do que em qualquer período da história, mas estamos adoecendo por causa da nossa própria comida.

Uma melhor abordagem nutricional e, quando necessária, suplementação, podem ser muito eficazes para diminuir os efeitos da perda muscular e melhorar a qualidade de vida na velhice.

Estudos tem apontado a importância da vitamina D e do ômega 3 para a saúde do idoso, sendo importante manter a ingestão desses nutrientes em níveis adequados através da alimentação e da suplementação. Além disso, um nutricionista sempre deve ser consultado, não apenas para dietas de emagrecimento, mas para estipular maneiras de obter aquilo que o corpo precisa, vitaminas, minerais e todo tipo de nutrientes, para seu pleno funcionamento.

Se começarmos hoje a fazer escolhas melhores e mais conscientes no que tange a alimentação, teremos todos uma melhor velhice, acometidos por menos doenças e limitações, aumentando consequentemente nossa longevidade, de forma plena, vivendo mais e melhor.




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